segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Biografia de Sampaio


Nasce em 24 de maio de 1810, filho de Antônio Ferreira de Sampaio e D. Antônia de Souza Araujo Chaves, o futuro Patrono da Infantaria, Rainha das Armas, Antônio de Sampaio, em Tamboril, na Capitania do Ceará. Sampaio não foi uma criança com regalias e não tinha acesso à educação adequada, numa época em que não muitos eram instruídos. Era trovador de esquina e cantava serenatas amorosas acompanhado do violão nos saraus e festas. Após se apaixonar por Maria Veras, uma camponesa, fugiu da cidade em busca da capital da Província, perseguido pelo pai da moça.

Aos vinte anos se alistou no 22º Batalhão de Caçadores, no Forte, hoje Fortaleza. À época, as Forças Armadas eram corretivo para os desajustados. Seus inimigos de Tamboril continuavam em seu encalço e então, pediu transferência a seu comandante para o Rio de Janeiro, asilo de refugiados. Ainda na unidade cearense recebeu a graduação de 3º sargento, e em 1832 participou de seu primeiro combate contra rebeldes do governo após a abdicação de Dom Pedro I, onde saiu vitorioso.

Após uma emboscada militar, Antônio de Sampaio vai preso, escapa e é encontrado em Canindé. Reafirmando seu espírito disciplinado e destemido, confessou-se, sendo julgado e absolvido, com ajuda da defesa patrocinada pelos comerciantes em gratidão pelo sargento salvar suas vendas de saqueadores.

Em 1835, seu batalhão foi mandado ao Pará, em socorro, na revolta de Cabanagem. Lá prestou concurso de pacificador e se feriu num combate em 10 de outubro, integrou ainda a expedição que restabeleceu a vila. Em seguida, na Província do Maranhão, a vila da Manga é invadida por Raimundo Gomes e Manoel Francisco dos Anjos Ferreira (conhecido como Balaio - daí o nome Balaiada). Na tropa, foi comandado por Lima e Silva. Em 1839, foi nomeado Alferes e após Tenente. Em 1841 passou a comandar o destacamento de Pastos Bons, com a guerra civil já cessada, e depois a vila da Chapada.

Em 1843 passou a capitão, pelo heroísmo na Balaiada; e o grau de Oficial da Ordem da Rosa, pelos serviços prestados ao Maranhão. Em 44 foi nomeado Ajudante-de-Ordens do Comando das Armas e mais tarde a servir às ordens do presidente Bittencourt. Ainda nesse ano expedicionou para a Província do Rio Grande do Sul, na Guerra dos Farrapos, onde permaneceu até o fim.

Pela Revolução Praieira, recebeu “pela inteligência, zelo e circuspecção com que desempenhou as funções” menção honrosa.

Em 1849 casou-se com Júlia dos Santos Miranda, mesmo ainda pensando na camponesa de Tamboril. Teve quatro filhos.

Em 1850, foi mandado ao Rio de Janeiro, mais tarde regressando a Pernambuco. Em 1852 participou da batalha de Monte Caseros, de Oribe e Rosas. Tomaram do inimigo a chácara de Caseros, 24 bocas de fogo e uma bandeiram, tudo entregue ao Governo de Buenos Aires. Recebeu medalhas da Campanha do Uruguai e Buenos Aires.

Apresentou-se em Montevidéu como Major e no mesmo ano voltou ao Brasil, para Caçapava. Passou a tenente-coronel e recebeu a comenda de Cavaleiro da Ordem de S. Bento de Aviz. Voltou ao Rio de Janeiro onde foi nomeado Comandante do Corpo Policial da Corte. Dali a tempo, apresentou-se em Bagé, tornando-se lá Coronel; e ao retornar a Montevidéu, o grado de Brigadeiro e Oficial da Ordem do Cruzeiro.

Na data de seu aniversário, em 1866, luta na Batalha de Tuiuti, onde foi ferido três vezes com granada, na perna e nas costas. Morreu a bordo do vapor Eponina no destino a Buenos Aires, satisfeito com a vitória da batalha.

Seu nome surgiu como referência a todos os infantes na 2ª Guerra Mundial, quando virou “Medalha de Sangue do Brasil”, destinada aos feridos da guerra. Na medalha, há três estrelas vermelhas-sangue, a memória de seus ferimentos.

Em 13 de março de 1962, por Decreto do Executivo Federal, é escolhido como Patrono da Arma da Infantaria.

Fonte:

"Os Patronos das Forças Armadas" do General Olyntho Pillar, pela Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 1981.

Jociele Rezende

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