O império passou a se dedicar à tarefa de obter o reconhecimento da independência por parte de outras nações. Mantendo sua estrutura agroexportadora, o Brasil necessitava fortalecer suas relações comerciais, especialmente com a Europa. O primeiro país a reconhecer o Brasil independente foram os Estados Unidos, que pretendiam, com o rápido reconhecimento, obter privilégios comerciais e fortalecer sua posição de potência política e econômica. Em 1825, o México também reconheceu o Brasil. Portugal exigiu uma quantia de dois milhões de libras esterlinas que corresponderia aos bens deixados aqui. A Inglaterra aceitou a emancipação brasileira com a assinatura da Convenção de 1826, que estabelecia a extinção do tráfico negreiro. Só um comentário: para os que pensam que essa medida é relacionada com direitos humanos, estão errados; o tráfico negreiro tornava o comércio brasileiro mais barato que o das colônias inglesas que dependiam de mão-de-obra assalariada.
Os políticos liberais desconfiavam do Imperador; sua personalidade autoritária e impulsiva justificava as preocupações quanto a um possível governo de caráter absolutista. Entre aqueles políticos, existiam os que temiam a volta do domínio português; ao alardearem suas preocupações, deixaram desassossegada e sensível a opinião pública. As camadas populares da capital ficaram indignadas e o imperador passou a sofrer pressões ameaçadoras como a dos violentos incidentes da “Noite das Garrafadas”, que o visavam diretamente. A crise chegou ao ápice com a morte de D. João VI, que causou o problema da sucessão ao trono português. Com seu espaço político cada vez mais reduzido – e tendo pela frente o projeto tentador de intervir na sucessão portuguesa – D. Pedro I abdicou em favor do filho, de apenas seis anos de idade, em sete de abril de 1831. A abdicação significou uma vitória para determinados grupos sociais que se proclamavam adeptos do “liberalismo”. Através das regências, durante a menoridade do segundo imperador, o Partido Brasileiro chegou ao poder.
A primeira regência governou durante três meses. Em junho de 1381 a Assembléia Geral elegeu a Regência Trina Permanente, composta por apenas representantes dos moderados (favoráveis a monarquia não-absolutista e ao centralismo administrativo para a união territorial). A Guarda Nacional foi criada nessa época, em 18 de agosto, pelo ministro da Justiça Padre Feijó. Algumas reformas na Constituição foram feitas, como o Ato Adicional de 1824. Este ato foi importante porque transformou a regência trina em regência uma e dividiu as forças políticas entre os que aceitavam tal regime (progressistas) e o que eram contra ele (regressistas). Assim, elegeu-se Padre Feijó, progressista. Essas disputas políticas acirravam os conflitos entre as elites aristocráticas e as camadas populares, que desde a época da independência aspiravam a transformações socioeconômicas capazes de melhorar suas precárias condições de sobrevivência. À medida que a independência política do Brasil ia se consolidando, as elites agrárias concretizavam seus interesses econômicos e políticos, utilizando-se das massas populares para implantar sua hegemonia. A esses fatos, seguiram-se algumas revoltas, como a Cabanagem, a Farroupilha, a Balaiada e a Sabinada. Diante de uma oposição cada vez mais crescente, Feijó viu-se sem condições de permanecer no cargo, renunciando em 1837; Araújo lima assumiu o governo pela indicação do legislativo.
O Golpe da Maioridade foi tramado pelos liberais em favor da coroação antecipada de D. Pedro II. Os liberais acreditavam na possibilidade de conquistar vantagens políticas com o novo governo. A partir daí, D. Pedro II governou o Brasil. Sampaio morreu em 1866 no mesmo regime de governo
Giovana Hoff
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